-POEMAS-



O último grito



Rasgados e cheirando mal somos nós
somos o público de um show de bizarrices cotidianas
cambaleamos expostos a luz desfigurada da noite febril
e regurgitamos os sonhos que engolimos na juventude
e pisamos no mesmo chão e nesse mesmo chão
está o nosso passado em cada parte do lixo sufocante
nas veias dessa cidade!
Nunca sorrimos ao olhar nos olhos de um estranho
vagamos expostos, exaustos do cheiro de sangue fresco
pelas calçadas cobertas de esgoto
tropeçamos bêbados e alucinados
nos mendigos e seus cobertores, seus cães
suas almas e suas pupilas

Prostitutas e músicos da noite
poetas desfigurados do mundo atual
dançando pela dislexia da sociedade
impaciêntes e sujos
cuspindo em seus instrumentos
as dores de um blues biográfico

Suspiros cegos dos mortos recém eleitos
dormindo em telhados como gatos de bruxaria
somos nós em uma parte inédita e desconhecida
no reflexo oculto do velho Inconsciente

Secessão


Faz o silêncio e se concentra a vóz
um pouco atenta tenta encontrar
o sentimento que ela me propôs
nesse momento tenta não falhar

qual a palavra que te faz sorrir?
quero traze-la pro meu vocabulário
eu te abraço pra poder dormir
a cada dia em um novo horário

te beijo a nuca e te seguro as mãos
na solidão eu te estendo os braços
até quando você quiser ficar

você está lá fora
já esta na hora voltar

o que os meus olhos não estão vendo
todos os dias que você guardou
o que os meus olhos estão perdendo
vários segundos que ninguém contou

limpa o espelho pra se maquiar
tenta o vermelho para esconder
toda a tristeza que ostenta ousar
se afugenta para aparecer

na cama as coisas como ela deixou
decoram o quarto sem clarear
uma semana que nunca acabou
leva outro dia sem começar

te beijo a nuca e te seguro as mãos
na solidão eu te estendo os braços
até quando você quiser ficar

você está lá fora
já esta na hora voltar

o que os meus olhos não estão vendo
todos os dias que você guardou
o que os meus olhos estão perdendo
vários segundos que ninguém contou

Estar assim


Ela não se rende más não superou o fim
eu sei que é assim
que tem que ser
ela não entende o que pensa sobre mim
eu sei que é assim
que tem que ser

eu tento fugir e ela tenta achar legal
ostenta adimitir que isso é normal

e então vem e me faz lembrar
que não há lugar dentro de mim
então vem e me faz ficar
siga e deixe estar assim

sem mais eu vou embora
o que restou agora
da sua indecisão?

você está sozinha?
pensei que a noite tinha
lhe estendido a mão

ela não se rende más não superou o fim
eu sei que é assim
sempre vai ser
ela não entende se o que sente por mim
vai florescer

Motivos e Razões

De você eu não sei nada
Além do que preciso descobrir
Então são gesto e palavras
E um jeito esperto de sobre-sair

Tudo que eu quero é você ao meu redor
Dicas e apelos pra uma noite melhor

Não é tão fácil quanto possa parecer
Estamos perto de um jeito incerto
Esperando acontecer
Truques de silêncio frases de impressão
Um ar de exotismo lirísmo em discussão

Motivos e razões são bases de um por que
Medo de emoções não vão te proteger

O velho e o banco

Todos os dias quase no mesmo horário ele vem senta no banco olha para os dois lados como se fosse atravessar a rua
tira o maço de cigarros do bolso e acende um, sempre desconfiado acho que ele fuma escondido.
Olhando pra sua aparência ele deve ter uns setenta anos não é magro nem gordo parece saudável, parece triste.
Acho que ele vive sozinho ou não. acho que ele é triste pela idade que tem, por não ter feito tudo que queria fazer quando era jovem
por saber que morte esta o alcançando. Más ele vem todos os dias quase como um ritual ele precisa daquele banco velho
o velho precisa do banco por isso ele vem de tão longe para sentar-se ali. Ou quem sabe é ao contrario o banco que precisa dele
ninguém liga para aquela droga de banco acho que as árvores rejeitam o banco como as pessoas que passam por ali
então ele tem uma ligação com o velho talvez os bancos tenham sentimentos! Não sei os outros más aquele ali tem.
Só pode ser isso o velho precisa do banco para sentar, para pensar na vida, para fumar, para descansar e o banco precisa
do velho para sentir-se últil. Uma grande troca, uma grande e idiota palhaçada! Talvez minha alma seja o banco, triste, fria e
abandonada e o velho seja alguém que ela espera encontrar, alguém que além de todas as pessoas que passam ignorando o banco (alma)
perceba ali uma beleza escondida que só ela encontre e aconteça não uma troca más uma fusão.

Solidão soluços solúveis


Silêncio, sombras no meu cinzeiro
sentimentos sortidos rasgados pelo ar
o gosto do café o cheiro da fumaça
a véspera da tosse e páginas em branco

Na janela onde a poeira apodrece
no fundo do meu sonho morto
eu tenho simpatia pela solidão
ela ao contrário do que pensam
não vem sem ser chamada
ela vem na hora certa calma e quente
quando eu mais preciso

Ai então nos embriagamos juntos
nos amamos em nosso infinito cinza
então rimos dos céticos
dos loucos tentando entender o mundo
dos trabalhadores de futuro incerto
dos tolos apaixonados
dos cegos lideres do povo
e sua corte de escravos livres

E choramos
sim nós choramos profundamente
pelos suicídas
pelos gênios decapitados
pelos heróis apedrejados
e pelos que tiraram sua vestes
para alimentar a fogueira da inquisição

Eu tenho uma grande simpatia pela solidão
quando ela chegar não a mande embora
ela sabe a hora de ir
não a envenene
Apenas aprenda o que ela tem para ensinar.


Nova reforma ortográfica

A veia da véia (velha) valha-me
a fórma da forma
o ovo a ave
o novo o nove a nave
o calo o cólo
então me calo
a mala a móla
amolar a faca
amola logo
ajusta o fóco
ajeita o forro
rejeita o forró
alinha o linho
eu tenho a manha
nessa manhã!
eu dou um trago
e trago a bagagem
indago a bobagem
eu faço, fuço e erro
então me empresta
o que não presta
o que te resta
desse rosto
o posto o rastro!
Eu me afogo
ela nada
não sei nada
desse afago
só que é fogo.

(nova reforma ortográfica)

eu tenho direito de por acentos(assentos) onde eu quiser
cadeiras ou bancos, agudos ou circunflexos '
o que fazer com os trocadilhos, jogos verbais? ¬¬ hhahaa :p


...

o tempo esta bom ao oeste
vejo galhos e como se fossem penas voaram sobre o carrocel de cabeças
eu sinto a dor desse olhos saltados
e assim como se fosse morrer eu me deito
assim eu a sinto chegar
o decompor de cada palavra não escrita
enfim a vida nos esolhe!

sonhamos com um vento africano
nos batendo ao rosto
em uma liberdade inexistente
em nossa inutil mente amadora

ser rimbaud em qualquer carnaval
é isso e apenas sentir o vento gelado nos acordar

acordar e sentir a vida
a fome zombando dos tolos
com seus garfos enferrujados

o ar frio e arrogante de quem
prefere a vida
eu escolho as veias a esguichar
Warhol recitou Burroughs e zumbiu

suas plásticas migalhas
e sua força inalcançável
assim me sinto morrer ao
o sonho que ainda trago


inalcançável descongelar


paramos em uma tardia madrugada gelada
para avaliar quem somos
quem temos sido por estes dias de puro egoísmo
o peso póstumo das decisões
nos cai monstruosamente
somos delinquentes de nosso nômade destino assustado
e tudo doí, tudo uma hora falha
tudo acaba por falhar na mesma hora
existe uma parte sutil de uma antiga memória
que torna-se triste
tão inalcançável e inquieta
necessitamos desesperadamente voltar
más os anos seguem apenas sua fiel direção
somos apenas crianças em um longo jogo atraente
corremos impacientes para um lugar seguro
esperando o sol sobre os olhos descongelar

deitamos em nosso sonho empalhado
queremos, tememos querer
na liguangem crua da distante ausência
nossa alma envelhece
e tudo doí
na solidão tudo doí

Mapa


Se eu me sentisse um pouco melhor
eu sorriria tranquilamente
más as dores noturnas
amanhecem mais fortes

eu te daria os meus rins
roubaria a sua dor
seria um analgésico
injetado em sua mente

eu beijaria a morte por você
pois seu sorriso esconde meus ossos
e apenas minha estranha feição anêmica
é o que eu posso te dar

se eu pudesse ser melhor
eu dormiria todas as noites
más os furos dos braços
apenas passam para os tornozelos

preciso de uma nova droga
pontas de pedras e vidros quebrados
efeitam meu estomago

as macas são iguais
apenas dias para abreviar
este é o mapa
que eles nunca mostram


Sonhos em naftalina


Eu soldei meus olhos
me mantive acordado por dias
consolidando descupas a sua estima abatida

você vê o câncer com seu olhar deprimido
más ignora a vantagem dos seus parasitas
saboreando á dias o remorso e amoniaco
diariamente você lida com isso

eu pintei quase todo seu interior
paredes brancas
seu sono em respiração asmatica

sonhos em naftalina
por um velho sono tranqüilo


Frágil mártir



Eu olho pra você fingindo não sentir
meu corpo absover
o seu frágil mártir

Más você parece não notar
ao me decapitar
em fugas quase mudas
chantagens de olhar

Deixo a sua vóz me acordar
tenho as suas mãos ao meu dispor
seus lábios escorrem meu olhar
seus cílios destroem meu valor

Quero ser a pausa da respiração
ver a razão de tudo concordar
e que cada gesto mudo no seu coração
nunca te impeça de ficar

Não quero beijar apenas seu sorriso
preciso da tristeza pra te consolar
quero ensaiar a fundo seus perigos
eu não ligo se tudo falhar

Não quero moldar apenas seus defeitos
é o lindo geito da imperfeição
quero os leves traços do seu rosto
entre o gasto gosto da paixão

Quero infringir sem pressa sua beleza

O último poema

Uau quantas gaiolas em baixo da fumaça !
um suave passeio linear
sob os ombros de gandhi
quero uma fraca libertação
deixar a saliva verde escamada
secar

leia as lentes de nietzsche
e lhe cause qualquer lenta preocupação

está é ultima vóz da primeira manhã
está é a ultima facada a me tirar o quente dos olhos
o ultimo encontro com a morte
a ultima paixão
a ultima invocação aos antigos
o ultimo pedido a mente inquieta

o velho assidular ao canto da lingua
vamos foder a morte
faze-la se apaixonar
faze-la implorar por mais

estou cansado de uma farta certeza inutil
enquanto os homens de lenta expressão
geram sua vida de enfeite
suas mulheres dançam em alguma cama

estou cansado do gentiu ser mitologico
dançando em meu quintal
quero rejeitar a sua palída veneração
quero a tristeza a ser consolada

quero caminhar com alguem ao meu lado
sobre qualquer noite atrente
quero dentes em minha pele
e uma vontade de não acabar

quero uma fraca libertação



Quando a lua partir

Em seus labios a poente umidade de flores amanhecidas
anciando o amargo sabor do sol
anunciam geadas petalas agonizantes
em seus olhos um deserto abrigo lunar
Em seus labios a poente umidade de flores amanhecidas

Antes de o brusco anoitecer chove
gotejam pequenas sementes frias

Antes de o fusco entardecer move
a lama enferrujada cortante
em meus dentes

Em seus labios a poente umidade de flores amanhecidas
vestida em chamas recua o silêncio
sem se mover


Extinta viajem


eu sinto o cheiro da morte seu ácido sabor em palpebras transparenteseu beijei sua coxa fria e umidaseu áspero rubor em um intimo recolhereu mordi sua lingua e ela rugiu ela tenta amparar estes calcios presos em sua falsa estranha armaduratodo os gratos exibem sua funçãomulheres de estimação servem as agulhaslutam por migalhastoque sua testasintam seus ossos cristalizadosamarrem os cãesamarrem os cães estamos agora deitados na gramae nada mais arde nesse momentoe colheria pluvias poeiras azuisse aquilo não acabesse ali ela me hipnotiza eu posso sentiro veneno em sua boca escorrer eu almejo queimar pelas veiassuas ultimas doces palavras sintam o analgesiar em sua vózela senta em sua elastica esperaentão me agarra pelos pulsosa inesperada hora chegou chegaremos como velhos estranhosprecisando de uma troca de informaçãonunca nos enterramos em um toque reconfortante vejo sua pálida feição se espelhar pelos diasquatro dias e a vida tentou me assustar viaje com a a morte por um longo sonho desesperadoquando tudo que você conhece partirvocê pode recostar em seu ombro e cochilar


Gélido Distanciar 


Ela esconde cores escuras em seus olhosrecua a lua em sua ardia libidesseus olhos podem cuspir ao céudeixe me ver seus cílios dançaremem uma suave margem atróz flash's sem cores distorcem seu brilhoaonde seus pelos encontram meus pórosrecite-me o som da manhã em seu hálito térmicoaceite meu gélido distanciarvocê corroeu ao fundo um mundo interno ela esmaga enfeites de vidro com o opáco da sombrame faz transceder um lúcido altarolhares em chamas não poder queimar o carvãoo terno tempo insano chegou assiduamente ela fogeem seu sutil dispençar deixe me ver seus lábiostecerem as nuvens da minha respiraçãodeixe meus olhos doerem por sua constante ausência o terno tempo insano chegouvocê corroeu ao fundo um mundo internosem perceber


Iguais  


há um lento amor escorrendo em sua angustiauma espécie de penugem prorrogadaalgumas joias de plástico contornam seu braçoentão eu gostaria de ser algo mais há uma escolha triturada escondida em seus lábiosalgo entre orgulho e razãoha algo tão docê em seu modo de olharque você poderia pisar em todos enquanto a noite faz pinturas em minha janelaeu decoro as teias da minha sincera intençãoquando eles trocarem dragões por isqueiroseles te fariam usar uma coroa de palha então seriamos iguais há algo tão triste ao abrir dos seus olhosalgo que derreteria o orgulho e razão más pequenos ecos lunares em seu sorriso de enfeitenão me transformariam em algo mais ha uma rara fraqueza brilhando em silêncioentão me faça sorrir então me faça enferrujarpois agora voce dorme em uma torre enquanto a noite faz pinturas em minha janelaeu decoro as teias da minha sincera intençãoquando eles trocarem dragões por isqueiroseles te fariam usar uma coroa de palha então seriamos iguais então me faça sorrir ou me deixe enferrujar 


Apagar 

Vamos preciso de você por pertoé bom saber aproveitarsentir a essência de cada passo fúnebrealgo novo ao fim de um riso sóbriodoce garota de palavras dançantesfaça que quer fazervocê tem as mãos e o eco dos dedos ele abriu o porta malasolhou a sua voltasoluçou suas últimas palavraspensou em corpos estendidos pra secare algo como apodrecer derrepente não havia carronem a sombra de um corpofresco a beira da conciência ha pessoas brilhando em seu ego mofadosintam suas mãos sobre o rosto acído! regue seu espelho com anfetaminasolhe sem medo agora! isso depende da força da propagandasua leiga inocencia é a presa hostileles copulam suas máscaras á seculoscontrolam suas vidas em um leve agito matinal bombas em mochilas em ilhas paradisiacasem pessoas que não saciam sua fomebom elas sabem escrever seus nomesvocês acham isso suficiente? vamos doce garota enfeitiçadaeu gosto do peso do seu cabeloe a forma que você abre os olhoscom medo de enxergar tudo tem seu lado triste você não precisa fugir disso 


Rua empalhada


Talvez seja a hora de deixar de existir ! repor os ganchos de um sonho listradoem um beijo ao fundo dos olhosEu não aguentaria a um outro belo resonar antigoum outro crânio de mármoreestendido ao lado da fina janela infantilperdeu-se pelo caminho das lampadasreciclado de um velho desejoindisposto o bastante pra se tornar legívelsobre a mente inauguradaestamos suspensosem sua boca espelhadaantes que sua outra facereaja ao silênciocom uma desculpa doentefraca demais para negarser assim então não é uma escolhaestar sobre o frio de uma rua empalhadaum mundo de enfeite em sua estantea garota da embalagem de cerealpinta suas unhas de papelão 


A volta

ele me veio com seu velho chocalho tecidodançando ansioso a minha voltariscando a poeira com seu velho sorriso hepáticoanunciando o dispensar da bagagementão a vi amaciar-me os olhoscom sua sua foice alcalinaaqueles que esperam o suave nocalteestão sólidos demais pra sorriralguem entende como a vida é leve?macia e fraca?ao nortarmos sua áspera fragilidade caímos em sua teia de pelossaimos ilesos da diaria origia metálicae respiramos as sombras dos outrosnão há razão pra ficar !eu não desisti !apenas peguei sua mão inflamadae suguei suas feridas com os pésa volta pra casa dessa vez não haverá suspeitosnão cuspirei ao deleiteda minha esculturanão veja meu rosto lacradoprefiro a raiva dos tolos ao perdão dos sábios

Longe 

Senti então sua mão hostil roçar-me os braçoscomo um desejo bobo lento demaispra ser notadoestava ali sentada em sua cama de pedrasbebendo e gesticulando as sombras dos lábios longe das regrasaqui morrem os receios involuntáriosvomitamos os pecados divinosestamos livres demaispra fugir com um lindo olhar para as nuvens de vidroela desperta agora devemos seguir?então voltei para o chão de areiao cheiro de água era o balanço do seu cabeloestamos na velha cidade brilhante e nossos olhos eram as mãos de um cego

Disléxicos 


Então fugimos pelos rastros do sol 
andamos pelo velho cemiterio 
com velas até os joelhos 
uma alma engasgada com ferrugem 
dançou sobre os mastros de papelão 

E amolou seus espelhos com os dentes 
envelhecidos 
más era apenas o tempo 
manchando lembranças 
como os insetos póstumos 
tangendo seu interior 

minha garota perdida 
me alcança através da morte 
meu obcessor poligamico 
me destila afeição 

apodrecendo entres as agulhas 
lunares 
éramos disléxicos em nosso sonho 
cumprido 

então ela vem me buscar




Pálida distancia 

e suas esposas saudaveis estão a enferujar os braços? 
eu quero contar sobre o abismo 
e sua ultima faixa suicida 
algo cantante na noite inaltecida 
calou os homens de alto conceito 
eram todos velozes em suas almas ensaboadas 
então disse me em voz uiscada 
o que acha do vermelho? 
sorrindo pálida e distante 
eu estive aqui riscando sua sombra 
em um vivido ritual 
elas colheram seus cachos 
enquanto a noite tentou me aparar 
ainda mexo meus ombros 
ainda há ela em mim com nela sempre estarei



Morte noturna 

Siga a carruagem de plumas

Os anjos de pele raspada seguem para a turgescência

Ela me cantou fúnebre mente

Cortes cheirando a açucar

Na corte insana sem leis

As mãos a arrastaram

Intuitos insanos tão lúcidos

A morte repousa em silêncio

Acena-me sorrindo

Desprende-me das dores

A noite inexpressiva calou

Tão pura com sua vergonha ilícita







viajem acesa











Fogem os olhos pelos ventos secos e áridos enquanto ela cruza o deserto
Girando e cantando em linguas pagãs
Garota de olhos finos e sombra arriscada
Garotas em garagens gemem ao caos da cidade
Em rodas facístas militares veneram um prato de cinzas

Ela me olhou e sorriu
Com luzes na ponta do seu cabelo
Velou meus medos com seus fantasmas doentes

Ela voa sobre o morno ar da noite
Imita o sombras da lua com a ponta dos dedos
Descança no canto mais frio da cidade
Entre torres em strass e cães de salto agitado
Preciso ir até porta onde nascem os trovões
Encontrar o caminho dos sonhos e rezarSeus desejos essa noite

Como se seus lábios pudessem ler

O tempo caindo 

Ela me olhou e sorriu

Envelhecendo em um mundo ateísta

Revelando o caminho aceso

Que todos desejam em suas macas 

Palavras apodrecendo na ponta da lingua

Ela me olhou e chorou




''Então as traças foram devoradas pelo papel'' 




Ela chega com seus apresados passos, sua boca formava um sorriso cítrico e seus olhos claramente sombreados, propagantes de uma ironia lírica em segredos de uma auto razão, razão qual deformava sépicamente meus pensamentos que se inundavam em migalhas de pessimismo, minha térmica encenação de conformismo se fundia as ruas e aos mendigos de andares satíricos embriagados e invisíveis como as palavras dormentes em minha língua. Coagulava o ar gelado sobre meu rosto ansioso, vastos olhos de uma morte sem dor como a poeira liquida esculpida nas colunas de uma catedral, escorria à tarde entre cigarros sóbrios algo pendente polarizava os corpos mantendo-os distantes fixos em se fundir, matar em um abraço claro a dor tarjada de alienação, alugando um quarto no Olímpio em férias da realidade.
Mãos tremulas de um Pós crime ansiando abrigo em um toque puro.


Pólen 



Dorme a fumaça entre seus dedos
entre seus dentes manchantes brazas
em um sorriso não perecível
o pólen de flores decapitadas
 

pérolas de por do sol caem sobre a noite
enfeites verdes de escamas 
florescentes 

a vóz é fraca quase um suspiro
inofensivo ao som das cores
repousa em mim sua sombra
que dança sobre meu corpo
dança sobre as estrelas e aquece a noite
 

seus vestidos desenhados ganham vida
marcham sobre as arvores escuras
longe da luz
seu cabelo é vermelho
sua sombra dança ao som da noit
e


Candy 


Eu quero decifrar seus olhos
sentindo o cheiro doce que sua boca exala
quando a toco lentamente
Eu quero compreender a textura
de sua pele quente ou até mesmo
os vastos pelos do seu corpo
que irradiam um pequeno corte de luz
Eu quero tomar qualquer vento fraco
recem fugido do seu cabelo seco
onde as cores se perdem ao mesmo caminho
eu quero dormir em seus olhos respirando sua voz 


Bruma cortante
 
Apenas corte-me doce garota 
corte-me com suas doces palavras 
sorrindo a lua semi clara 
ousou brilhar com pedras ao fundo 
de um lago morto 

partiu de mim a dor da morte 
em nascentes dores interrompidas 
ânsias de um sorriso posto 

Apenas corte-me doce garota 
e redecore as sombras do meu jardim 
onde me afogo entre seu gosto 

e redescubro o amor em mim




meus olhos vomitam a realidade distante 
secretos silêncios caem da sua boca 
deslizando em seus cortes mais profundos 
apenas o sangue das flores 
mofando as raizes do mundo 

Aço em portas entre-abertas

As cores enfumaçadas recitavam o pudor
Em uma lirica linguagem inocente
Os sinos consumiam o silêncio
Sob a pálida vóz desconhecida
Como as luzes correndo em direção ao sol 



Ecos Do Sol

Anestesiado pelos raios impuros 
que cruzam lentamente o céu 
em meus olhos a dor se camufla 
disciplinada-mente corroendo 
a falha retina de uma turva visão 
inconsciente ainda não passa das 22:00 más 
o sol consiste em queimar minha sombra 
derretida aos ecos transparecidos 
do amanhecer

Liberte-se 

Entre o escárnio de um mundo distante 
Estrelas redecoravam uma nebulosa visão 
O som do vento ecoava em seu próprio refugio 
Devastando todos os seus sonhos 
A noite é longa penetrante em suas cores 

Apenas agredidas palavras 
Entre campos cinzentos 
Apenas o escuro em pequeneos feixes de luz 
Apenas a fumaça procurando pelo ar 

Entre o escárnio de um mundo distante 
O alimento regado ao vapor 
Se desfunde em um claro lamento impiedoso


Soneto da madrugada 



Uma leve desfalgia que me impede de 
Regurgitar as flores que mantiam-me aquecido 
Rupturas morbidas cercam-me 
Como o quebrar de uma nuvem 
Quero fundir-me com o vento destilando o leve 
Sabor amargo Do Amor



Recém chegado ao retorno 


o desespero tomou conta dos outdoors 
e o sangue era apenas uma mancha em luz 
ele chegou ate as paredes e se viu refletido 

facista em transe recolhendo lixo 
pelas ruas molhadas 
as toalhas cairam sobre seus pés 

não passava da meia noite 
e a grande espera 
se tranformara em um diluvio 
-não suba as escadas antes 
dos portões abrirem! 

não haverá retorno 
_agarre sua camisa de força 
e grite a liberdade! 

um por do sol ao meio dia 
um olagrama rasgado pela metade 
gigantes repousaram sobre as motanhas 
e sua medalhas brilharam 
como sua covas 

os marquêses ignoram-se em frente 
ao espelho 
dividindo seu unico seguro 
-eu não me tornarei um deles! 



Ausência 

Eu tento alcançar imensa 
ausência de qualquer lugar



Talvez 


Talvez na minha pequena caixa de egoísmo 
eu possa te guardar 
E tudo que pensei em te dizer eu possa 
te falar 
Quero que faça das minhas palavras 
algo tranquilizador e que nos inúteis dias 
de chuva você me fale de amor



Procura 


Eu te procuro no auge da minha embriaguez 
coberta com o fútil véu da noite



Distenção 


dramartugia shakespeariana 
dentes caindo ao absimo de freud 
fure minhas veias e destrua seu orgulho 
eu não tenho muito dinheiro 
más sou meio narcisista as vezes 
(sempre perco) 

recoe pra trás não cruze 
esta linha cinza 
nauseas matinais e 
acido lisergico 
você sempre teve razão 

estou preso em um circulo de sal 
e não há saida 
e não há saida 
eu sou tão inuti por aqui 
decretei sua anistia 

vamos tomar sedativos 
com cereais 
cuidado com os vidros 
em minha bebida 

faça suas orações dividas 
para enternidade 
clareei tão fundo 
eu tocaria sua sombra 
eu trocaria seus rins 

pessoas mediocres respíre 
com elas 
eu não serei assim 
auto ponto de vista 

fumaça acoada no 
céu da minha boca 

estou preso em um circulo de sal 
e não há saida 
e não há saida 
eu sou tão inuti por aqui 
decretei sua anistia


Uma procura em frente ao espelho 


Não quero ser vocêMás de mim não sou ninguémUm outro em outra hora Ele em quase alguém Quero ver-me em outro corpo Com outros olhos me enxergar Penetrando desconforto De nunca me encontrar 


Pós mundo 


Somos seres em uma permanente decomposição 
A cada dia uma parte a mais está caindo sobre algum lugar 
Somos selvagens imunes a nossa propria existência. 
Somos nada mais do que seres incompreendidos 
Presos em nossos proprios limites.